quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

A VERDADEIRA PROPRIEDADE.

O homem não possui de seu senão o que pode levar deste mundo. O que encontra ao chegar,e o que deixa ao partir,goza durante a sua permanência na Terra:mas,uma vez que é forçado a abandoná-lo,dele não tem senão o gozo e não a posse real.Que possui ele,pois?
Nada daquilo que é para o uso do corpo,tudo o que é de uso da alma:a inteligência,os conhecimentos as qualidades morais,eis o que traz e o que leva,o que não está no poder de ninguém lhe tirar, o que lhe servirá mais ainda no outro mundo do que neste;dele depende ser mais rico em sua partida do que em sua chegada,porque daquilo que tiver adquirido em bem depende a sua posição futura. Quando um homem vai  para um país longínquo,compõe a sua bagagem de objetos usaveís no pais; mas não se  carrega daqueles que lhe seriam inúteis.Fazei,pois, o mesmo para a vida futura,e fazei provisão de tudo o que poderá nela vos servir.
Ao viajor que chega a uma estalagem,se dá um belo alojamento se pode pagá-lo;àquele que pode pouca coisa,se dá um menos agradavél:quanto àquele que nada tem,vai deitar sobre palha. Assim ocorre com o homem na sua chegada ao mundo dos Espiritos;seu lugar nele está subordinado ao que tem:mas não é com o ouro que o paga.Não se lhe perguntará;Quanto tínheis sobre a Terra? que posição nela ocupáveis?
Éreis príncipe ou operário? Mas,se lhe perguntará; o que dela trazeis?Não se computará o valor dos seus bens nem dos seus títulos,mas a soma das suas virtudes:ora,a esse respeito, o operário pode ser mais rico do que o principe. Em vão alegará que,antes da sua partida,pagou a sua entrada com ouro e se lhe responderá;;Os lugares aqui não se compram,eles se ganham pelo bem que se fez;com o dinheiro terrestre,pudeste comprar campos,casas,palácios:aqui tudo se paga com as qualidades do coração.
Sois rico dessas qualidades?Sede bem vindo,e ide aoprimeiro lugar onde todas as felicidades vos esperam;sois pobre?Ide ao último,onde sereis tratado em razão do que tendes.
Os bens da Terra pertencem a DEUS,que os dispensa à sua vontade,e o homem deles não é senão o usufrutuário,o administrador mais ou menos íntegro e inteligente.eles são tampouco a propriedade individual do homem,porque DEUS, frequentemente,frusta todas as previsões,e a fortuna escapa daquele que crê possuí-la pelos melhores títulos.
Direis,talvez,que isso se compreende para a fortuna hereditária,mas que não ocorre o mesmo com aquela que se adquiriu pelo trabalho.
Sem nenhuma dúvida,se dá uma fortuna legítima,é esta,quando adquirida honestamente,porque uma propriedade só é legitimamente adquirida quando ,para a possir,não se fez mal a ninguém.Será pedida conta de uma moeda mal adquirida em prejuizo de outrem. Mas do fato de um homem dever sua fortuna a si mesmo,leva mais dela em morrendo?
Os cuidados que ele toma em transmiti-las aos seus descendentes não são,frequentemenete,supérfluos?Porque se DEUS não quer que ela lhes chegue às mãos,nada poderá prevalecer contra a sua vontade .Pode dela  usar e abusar em sua vida sem ter contas a prestar?Não;em lhe permitindo adquiri-la,DEUS pôde querer recompensar nele,durante esta vida,seus esforços ,sua coragem,sua perseverança;mas se não a fez servir  senão à satisfação de seus sentidos ou de seu orgulho,se ela se torna uma causa de que em suas mãos,melhor fora para ele que não a possuísse ;perde de um lado o que ganhou de outro,anulando o mérito do seu trabalho,e quando deixar a Terra,DEUS lhe dirá que já recebeu a sua recompensa.
(M.,Espirito Protetor,Bruxelas,1861)
(Texto extraido do Evangelho Segundo o Espiritismo/Capitulo XVI item 9 e 10).