quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

"Aprende a bem viver e bem saberás morrer."


"Passaporte"
Após a apresentação da paletra sobre a morte,numa cidade do Rio Grande do Sul,quando eu respondia perguntas do público,uma jovem comentou:
"O tema impressiona-me sobremaneira.Por isso compareci a esta reunião,mesmo não sendo espírita.Devo confessar,entretanto,que após seus esclarecimentos,eu,que sempre senti medo da morte,agora estou apavorada!...
Felizmente essa pitoresca confissão é uma excessão.Como o medo da morte decorre,geralmente,da falta de informação,tenho constatado que muitas pessoas habilitam-se a encará-la com serenidade quando tomam conhecimento do assunto.
Imperioso reconhecer,entretanto,que somente nos livraremos em definitivo de temores e dúvidas quando nos ajustarmos às realidades espirituais descortinadas pela Doutrina Espiríta,procurando definir o significado da experiência humana.
Espíritos eternos,transitoriamente encarcerados na carne,não podemos esquecer que nossa morada definitiva,legítima,situa-se no Plano espiritual,onde ampliaremos nossos estágios na medida em que superarmos os imperativos de encarnação em mundos densos como a Terra,onde as dificuldades e limitações existentes funcionam como lixas necessárias a desbastar nossas imperfeições mais grosseiras.
Se fazemos da reencarnação uma estação de férias,marcada pelo acompanhamento e pela indiferença:se a concebemos como um cassino para irresponsável jogo de emoções; se pretendermos um céu artificial sustentado por vícios e paixões; se cultivamos bem-estar e segurança no solo enganoso dos interesses imediatistas,alienados dos objetivos da existência,fatalmente sentiremos medo de morrer. Afinal,tudo isso ficará para trás. E algo nos diz,no mais íntimo de nosso ser,que nos será cobrado o comprometimento da vida e o despreparo para a morte.
Aqueles que transitam distraídos das finalidades da jornada reencarnatória,constatarão,desalentados e tristes,que a morte,anjo libertador que deveria descortinar-lhes maravilhosos horizontes espirituais,apenas revela os pesados grilhões que colocaram em si mesmos,por fazerem da existência um exercício de inconsequência,procrastinando o esforço da própria renovação.
Em nosso benefício,é fundamental que desnvolvamos uma consciência de eternidade,reconhecendo que não somos meros aglomerados celulares dotados de inteligência,seres biológicos que surgiram no berço e desaparecerão,aniquilados,no túmulo.
Somos Espíritos eternos!Já existiamos antes do berço e continuaremos a existir após o túmulo!É preciso viver em função dessa realidade,superando mesquinhas ilusões,a fim de que,livres e firmes,busquemos os valores inalienáveis da virtude e do conhecimento,nosso passaporte para as gloriosas moradas do infinito!
Difícil definir quando seremos convocados para o Além. A morte é como um ladrão.Ninguém sabe como,quando e onde virá. O ideal é estarmos sempre preparados,vivendo cada dia como se fosse o último,aproveitando integralmente o tempo que nos resta no esforço disciplinado e produtivo de quem oferece o melhor de si mesmo em favor da edificação humana. Então,sim,teremos um feliz retorno à pátria espiritual,como sugere o velho provérbio oriental:
"Quando nesceste todos sorriam,só tu choravas. Vive de tal forma que,quando morreres todos chorem,só tu sorrias!"
(Texto extraido do livro "Quem tem medo da Morte" / Richard Simonetti)

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