domingo, 15 de novembro de 2009

OS TORMENTOS VOLUNTÁRIOS...

O homem está incessantemente em busca da felicidade que lhe escapa sem cessar,porque a felicidade sem mescla não existe na Terra.
Entretanto,malgrado as vicissitudes que formam o cortejo inevitável desta vida,poderia pelo menos gozar de uma felicidade relativa,mas ele a procura nas coisas perecíveis e sujeitas às mesmas vicissitudes quer dizer, no prazeres materiais ,ao invés de a procurar nos prazeres da alma, que são um antegozo dos prazeres celestes.,imperecíveis;em lugar de procurar a paz do coração,única felicidade real deste mundo,é ávido de tudo aquilo que pode agitá-lo e perturbá-lo;e,coisa singular,parece criar propositadamente que não cabe senão a ele evitar.
Haverá maiores tormentos que aqueles causados pela inveja e o ciúme? Para o invejoso e o ciumento não há repouso: estão perpetuamente em febre; o que eles não têm e o que os outros possuem lhes causam insônia;os sucessos dos seus rivais lhes dão vertigem;sua emulação não se exerce senão para eclipsar seus vizinhos,toda sua alegria está em excitar nos insensatos como eles a cólera do ciúme de que estão possuídos.Pobres insensatos,com efeito,que não sonham que talvez amanhã lhes será preciso deixar todas essas futilidades cuja cobiça envenena sua vida! Não é a eles que se aplicam estas palavras:
"Bem -aventurados os aflitos,porque serão consolados",porque seus cuidados não são daqueles que têm compensação no céu".
De quantos tormentos,ao contrário,se poupa aquele que sabe se contentar com o que tem,que vê sem inveja o que não tem,que não procura parecer mais do que é. Ele está sempre rico porque,se olha abaixo de si,em lugar de olhar acima,verá sempre pessoas que têm menos ainda;é calmo,porque não cria para si necessidades quiméricas,e a calma,no meio das tempestades da vida,não será felicidade? (Fénelon,Lião,1860)
(Texto extraido do Evangelho Segundo Espiritismo- Capitulo V  - Item 23. )

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